quarta-feira, dezembro 26, 2007

um dia aconteceu

Em Abril de 2006, foi-me detectado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a minha filha. Chorei naquele momento, mas ao fim do dia disse os resultados do exame, e ela respondeu-me: hoje não se morre disso, já há remedio para tudo. Operas, tiras a mama, compras uma nova e ficas que nem uma menina de 20 anos. A minha filha tinha 13 anos nessa altura. Foi a minha maior força para vencer o bicho e manter-me viva e cada vez com mais força. Só estou a escrever estas palavras para que todas as mulheres, a quem possa ter acontecido o que me aconteceu, tenham força , porque a vida é muito bonita e somos muito mais fortes do que o bicho mau.

1 comentário:

José Monteiro disse...

"Um dia também me aconteceu"

Precisamente no mesmo ano de 2006, salvo erro em Maio, vou a uma consulta de rotina de dermatologia, em virtude de alguns sinais que tinha e outros que ainda tenho. Todos aqueles que eu julgava que eram maus, afinal eram bons. Havia no entanto, um pequeno sinal, rosado e pigmentado, que se encontrava na perna atrás do joelho, ao qual não dava importância, que chamou a atenção do médico. Este prontamente me disse que não gostava dele e marcou operação para daí a 15 dias a fim de extraí-lo.

Lá fui eu, passados 15 dias, cabisbaixo para a pequena cirurgia, não porque estivesse preocupado com o sinal, mas sim com a operação em si.

Após um corte, a extração do sinal com mais alguma carne junta, 7 pontinhos e ter que andar de perna esticada, o médico enviou o sinal para análise, começando aí a sensação estranha na barriga (popularmente dito de "cagufes").

Uma semana após, saiu o veredicto:
Melanoma!

Escusado será dizer que de "cagufes" a "cagado" (desculpa-me o termo) foi um pulo.

O médico lá me tentou tranquilizar, dizendo que o melanoma era pequenino e ghava todas as probabilidades de se resolver o problema.

Marcação de consulta no IPO, marcação da cirurgia para Setembro e lá se passaram umas férias apreensivas.

Após mais uma golpada na perna para remover mais um pedaço de carne e após o resultado da análise, que me foi favorável, comecei a respirar de alívio. Felizmente o médico tinha razão!

Continuo naturalmente a ir ao IPO, às consultas de rotina, primeiro de 3 em 3 meses, agora de 6 em 6, sempre na esperança que não me apareça mais nada.

Por conseguinte Lucinda, tens toda a minha solidariedade. O meu problema comparando com o teu, nem chega a ter estatuto de problema, mas pelo que sofri, imagino o grau de sofrimento que tiveste. Uma coisa é certa: o valor que actualmente dou à vida é incomparavelmente muito superior àquele que dava. Não que tivesse visto a morte perto de mim, mas pelo aviso que me enviou!

Nota final: Apesar de tudo e depois de ter visto o que vi no IPO, principalmente em Pediatria, que ficava em frente à Dermatologia, considero-me um privilegiado bafejado pela sorte.
Não desejo o que vi ao meu pior inimigo!

Um beijinho e o meu respeito pela coragem demonstrada ao expores o teu problema

Enquanto houver estrada para andar, não vou parar...

 «Em Abril de 2006, foi-me detetado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a ...