terça-feira, outubro 26, 2010

Rosa Esperança de novo a passar a palavra de esperança

Rosa Esperança está de novo em apresentação, para passar a palavra de esperança.
Hoje, tomei a liberdade de copiar o texto de uma guerreira que nos foi ver no passado domingo e que tão bem descreveu tudo o que viu e sentiu do outro lado do palco.

Fui ver as nossas meninas no palco, no Cine Teatro de Rio Maior. Levei o marido e os quatro rebentos.

Fomos ver o início de mais uma temporada de espectáculos do Projecto Rosa, Esperança. Foi um convite expresso da Cinda e acabou por ser, para mim, uma surpresa, ver também em palco a Nela e a Alda. (Como vêem, ainda sou caloira nisto)
Todos adorámos o espectáculo, forte, envolvente, cheio de tudo o que rodeia e integra a vivência pessoal e familiar do cancro da mama, desde a hora do susto em que se percebe que algo não está bem connosco, até ao momento em que se chega à certeza de que "o melhor ainda está para vir".
São muitas as ocasiões em que a lágrima não evita chegar-nos ao canto do olho e se atreve mesmo a rolar-nos pela face, de tão genuinamente vermos retratada uma história de medos e forças entrecruzados, sempre com um olhar de luz dirigido a uma meta de vitória sobre a adversidade, porque a adversidade não há-de ser mais forte do que a vontade de a vencer!
Considero este espectáculo muito importante para a sensibilização de qualquer cidadão no que concerne a muitos pormenores relativos a esta doença, tanto a nível médico, como a nível pessoal e emocional. Mas fiquei particularmente feliz por poder partilhá-lo com a minha família nuclear, que tem sido o meu suporte durante estes três anos, apesar de no início do processo os meus gémeos terem apenas 8 anos, o mano a seguir ter 10 e a mana mais velha ter 12 - gente que sempre esteve a par de tudo o que se passou comigo e que até me ajudou a ficar careca, numa sessão fotográfica numa tarde de sábado.
O país devia conhecer melhor estas rosinhas. Em minha opinião, o Projecto Rosa, Esperança é uma das formas de alertar para a prevenção do cancro da mama. Devia, portanto, ser ainda mais acarinhado, chamado às salas de espectáculo deste país e muito divulgado pela comunicação social. É que, apesar de estarmos no século XXI e de talvez sermos maioritariamente informados, a vida absorve-nos o tempo para o tratamento de outros assuntos e podemos esquecer-nos de nós.
Parece-me urgente ajudar as mulheres a lembrarem-se de si próprias, porque elas andam cansadas, muito preocupadas com os empregos, com os maridos, com os filhos, com os trabalhos domésticos... e até se esquecem de fazer a palpação, e até se esquecem de marcar para o ginecologista e de irem fazer as mamografias... E chega um dia...
Vivam, meninas!
Emocionámo-nos até às lágrimas (eu e o meu marido) e os miúdos pareceram ter interiorizado alguma coisa de que um dia talvez falem.
Continuem sempre, fantásticas amadoras da vida!


Um grande beijo para cada uma de vocês

http://www.cancrosdemama.blogspot.com/

Obrigada Guida, pelo teu tão belo e sincero relato.

2 comentários:

Nela disse...

Belas palavras.

Estás melhor?
Bjocas

Teresa disse...

Beijinhos, Cinda.
Conto ver-vos em breve.
TP

Enquanto houver estrada para andar, não vou parar...

 «Em Abril de 2006, foi-me detetado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a ...