quinta-feira, outubro 28, 2010

Estado da saúde

Ontem fui fazer os exames de rotina e segundo a médica, as minhas entranhas estão todas bem, dentro dos parâmetros para a minha situação.
O RX e a densitometria, só dia 2. Tudo isto significa que estou muito contente e agora só mesmo terça-feira na consulta de oncologia vou saber os resultados das análises. No entanto a zona das costas do lado que fiz a mastectomia, continua com muitas dores. Não sei se será ainda consequência de ter tido Zona um ano após ter feito quimioterapia, o que pode acontecer durante vários anos segundo os médicos. No entanto vou pedir para fazer uma cintigrafia óssea para que não haja qualquer dúvida.

Pode parecer que me enganei no título do post, mas na realidade não.
O Estado da saúde é mesmo propositado, uma vez que, tendo consulta a 2 de Novembro com exames de rotina pedidos pela médica em Agosto, só me foram marcados para 24 de Novembro no hospital.
Como não fazia todos estes exames desde Dezembro do ano passado por estar sempre a mudar de médico, tive que pedir ao meu médico assistente e fazê-los particularmente. Eu ainda tenho um subsistema de saúde que me permite esta situação, mas a maioria dos doentes não podem nem têm exames nas devidas alturas.
Contei à médica o porquê de estar a fazer na privada e ela disse-me que o marido está a trabalhar num centro de saúde onde eram 22 médicos e que de momento apenas estão 12.
Meus amigos penso que está tudo explicado.
Um resto de semana com uns raios de sol que se avizinha muito mau tempo.

terça-feira, outubro 26, 2010

Rosa Esperança de novo a passar a palavra de esperança

Rosa Esperança está de novo em apresentação, para passar a palavra de esperança.
Hoje, tomei a liberdade de copiar o texto de uma guerreira que nos foi ver no passado domingo e que tão bem descreveu tudo o que viu e sentiu do outro lado do palco.

Fui ver as nossas meninas no palco, no Cine Teatro de Rio Maior. Levei o marido e os quatro rebentos.

Fomos ver o início de mais uma temporada de espectáculos do Projecto Rosa, Esperança. Foi um convite expresso da Cinda e acabou por ser, para mim, uma surpresa, ver também em palco a Nela e a Alda. (Como vêem, ainda sou caloira nisto)
Todos adorámos o espectáculo, forte, envolvente, cheio de tudo o que rodeia e integra a vivência pessoal e familiar do cancro da mama, desde a hora do susto em que se percebe que algo não está bem connosco, até ao momento em que se chega à certeza de que "o melhor ainda está para vir".
São muitas as ocasiões em que a lágrima não evita chegar-nos ao canto do olho e se atreve mesmo a rolar-nos pela face, de tão genuinamente vermos retratada uma história de medos e forças entrecruzados, sempre com um olhar de luz dirigido a uma meta de vitória sobre a adversidade, porque a adversidade não há-de ser mais forte do que a vontade de a vencer!
Considero este espectáculo muito importante para a sensibilização de qualquer cidadão no que concerne a muitos pormenores relativos a esta doença, tanto a nível médico, como a nível pessoal e emocional. Mas fiquei particularmente feliz por poder partilhá-lo com a minha família nuclear, que tem sido o meu suporte durante estes três anos, apesar de no início do processo os meus gémeos terem apenas 8 anos, o mano a seguir ter 10 e a mana mais velha ter 12 - gente que sempre esteve a par de tudo o que se passou comigo e que até me ajudou a ficar careca, numa sessão fotográfica numa tarde de sábado.
O país devia conhecer melhor estas rosinhas. Em minha opinião, o Projecto Rosa, Esperança é uma das formas de alertar para a prevenção do cancro da mama. Devia, portanto, ser ainda mais acarinhado, chamado às salas de espectáculo deste país e muito divulgado pela comunicação social. É que, apesar de estarmos no século XXI e de talvez sermos maioritariamente informados, a vida absorve-nos o tempo para o tratamento de outros assuntos e podemos esquecer-nos de nós.
Parece-me urgente ajudar as mulheres a lembrarem-se de si próprias, porque elas andam cansadas, muito preocupadas com os empregos, com os maridos, com os filhos, com os trabalhos domésticos... e até se esquecem de fazer a palpação, e até se esquecem de marcar para o ginecologista e de irem fazer as mamografias... E chega um dia...
Vivam, meninas!
Emocionámo-nos até às lágrimas (eu e o meu marido) e os miúdos pareceram ter interiorizado alguma coisa de que um dia talvez falem.
Continuem sempre, fantásticas amadoras da vida!


Um grande beijo para cada uma de vocês

http://www.cancrosdemama.blogspot.com/

Obrigada Guida, pelo teu tão belo e sincero relato.

quinta-feira, outubro 21, 2010

De novo Rosa Esperança em palco

É já no próximo fim de semana que Rosa Esperança volta ao palco para mais umas tantas apresentações.
Esta vai ser bem diferente. Para isso basta entrar em contacto com o "Quem não tem cão" e dizer que é uma Rosa Esperança para que possa ver o espectáculo. Telefone 967 926 002
Vamos encher o Cine Teatro de Rio Maior de cor rosa e deixar para todas uma mensagem de esperança e muita felicidade para todas vós.
Eu estou assim mas garanto que vou estar boa e bem disposta.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Um fim-de-semana pleno de emoções

Este fim-de-semana foi pleno de emoções fortes. Desde a gargalhada bem cá do fundo até ao sentir o medo de quem ainda tem razões para isso. Foi mais uma lufada de energia para continuara a vida de cabeça levantada e um sorriso nos lábios.
Não tenho mais que relatar em relação ao almoço de sábado, pois as relatoras oficiais já o fizeram e continuam a fazer tão bem, como só elas sabem. Apenas posso acrescentar que vim com o coração mais cheio e cada vez mais desejosa de  novos almoços. Quando a vontade é grande, o longe se faz perto.
Minhas amigas, vim para casa pensar na proposta do final de semana num sítio lindo e maravilhoso, para que possamos ter mais tempo para estarmos juntas e uma conversa mais alongada. Já estou à procura de uma localidade de fácil acesso a todas e de preferência com transporte.
Quero-vos dizer que gostei de verdade e deixo-vos as fotos que tirei quando cheguei e quando parti.
Uma semana cheia de tudo de bom que possa existir.


 

sexta-feira, outubro 15, 2010

Uma tarde de sol e cultura


Rua Santa Catarina
 Mais uma tarde de cultura, desta feita a adquirir alguns livros.
 A ideia era ir visitar a exposição do corpo humana que está patente no edifício da Alfandega do Porto, mas o dia estava bonito demais para se ficar fechado. 

O comercio tradicional desta cidade é muito e digno de ser visitado, até para que possamos manter a tradição. Não que se possa fazer grandes investimentos, mas a visita aos estabelecimentos, acaba por moralizar um pouco mais os seus funcionários.
A ideia era comprar umas galochas para os dias de chuva e os passeios à beira-mar, mas acabámos por passar grande parte da tarde na Livraria Latina Editora, a ver e a escolher livros a preços inacreditáveis.
Não pensem que são obras sem interesse, ou que esta casa com mais de 50 anos vai fechar? São apenas alguns saldos para remodelação da loja e livros  por não serem de escritores que estão na berra, estão a ser saldados e outros que já foram editados há mais tempo e só existem poucos exemplares.
Para vos fazer um bocadinho de "ciumeira" deixo-vos algumas fotos da bela rua de Santa Catarina assim como de alguns livros que comprei.
Assadora de castanhas

Um bom fim-de-semana e aproveitem bem a vida.

domingo, outubro 10, 2010

Hoje, eu ganhei mais uma amiga

Há dias em que as coisas más nos acontecem e em consequência outras boas nos aparecem.
Hoje foi um dia assim. Mais um domingo de ensaios e um corre corre até ao comboio para chegar a casa mais cedinho.  Mas isso não foi possível. A net de tarde não funcionou e quando cheguei à estação já os bilhetes tinham esgotado com 45mn de ante cedência. Fomos várias as pessoas que tiveram de esperar pelo próximo comboio, duas horas depois. Mas a coisa boa acabou por acontecer.  Comigo também estava uma menina, com quem travei logo conhecimento assim como da sua doença raríssima e que ainda não existe um sistema que a proteja ou que dê os devidos apoios aos seus doentes.
Vera Lúcia, tem 30 anos e é portadora de Ictiose. Parece um grande palavrão mas na realidade é uma doença rara da pele e que ainda não existem estatísticas sobre a quantidade de doentes no nosso País.
Esta menina, hoje uma mulher´foi rejeitada à nascença pelos pais e lutou sempre e continua a lutar para que pessoas como ela possam ter condições dignas para poderem viver. Desde as quantidades de creme exorbitantes que necessitam para que a sua pele não entre em ferida, assim como o tipo de roupas que podem usar.
Vera Lúcia teve, ainda criança, de amputar os dedos dos pés e tem que usar próteses porque as suas unhas ficaram deformadas assim como os seu dedos.
A ictiose é um dos distúrbios cutâneos hereditários mais comuns. Pode se manifestar em crianças pequenas, antes dos 4 anos de idade. Na maior parte dos casos, um dos pais e metade do número das crianças serão afectados. É normal a ictiose desaparecer na fase adulta, mas pode voltar a se manifestar na velhice.

A ictiose se apresenta na forma de pele seca e escamosa. Normalmente a manifestação ocorre de forma mais grave nas pernas, mas também pode atacar os braços, as mãos e o tronco, em alguns casos. O aparecimento de linhas finas na palma da mão está associado à ictiose.
O distúrbio é mais notado no inverno. Pode ser acompanhado de dermatite atópica, ceratose pilosa (pequenas protuberâncias na parte posterior dos braços) ou outros distúrbios cutâneos.
Vera Lúcia deu a cara e é a Presidente da Mesa de Assembleia da ASPORI  (Associação Portuguesa de Portadores de Ictiose).
São pessoas como nós que devido à escamação da pele são rejeitados e muitas vezes escondidos pelos familiares por vergonha e por terem medo de serem consideradas comum bichos.

Estas mãos são da Vera Lúcia, que me deixou fotografá-las
 Para que todos possamos ficar a conhecer o que é efectivamente esta doença convido-vos a visitar o blogue criado pela associação para que possamos dar todos o apoio que nos for possível.
http://www.aspori.blogspot.com/
Hoje eu ganhei mais uma amiga.




quinta-feira, outubro 07, 2010

Uma tarde na Ribeira do Porto

Nem o tempo de chuva me demove dos meus planos. Hoje foi mais uma vez a cidade do Porto o meu destino. Depois de uma manhã calma e à beira mar, ter sido interpelada por uma agradável desconhecida e simpática senhora, com a qual marquei um encontro já amanhã. Depois de almoço fui até à minha querida cidade invicta que tantas saudades me trás e onde tenho grandes e bons amigos.
A chuva parou por algumas horas e a bela Ribeira do Porto foi o local eleito para mais uma tarde de conversa, risos e algum corte, com a minha amiga Mané, que algumas de vós já conhece.

Deu para de tudo um pouco. Lanchar, fotografar, mesmo sem cartão na máquina e ir poupando a capacidade da mesma, assistir às praxes dos caloiros de algumas faculdades e em especial à da ESAP, que muitas saudades me trouxe.
O outro lado do rio como fundo da paisagem é no mínimo aprazível e convidativo a umas noite de música e boa comida. Mesmo sendo já Outono, muitos turistas pelas esplanadas assim como a claque da Dinamaraca, já bem bebida e eufórica, uma vez que amanhã há futebol no Estádio do Dragão.

E assim a tarde passou, mas ainda deu para comprar a Máxima de Novembro, onde Rosa Esperança está em destaque na pág 140 e fazer publicidade na viagem de retorno a Ovar, em conversa com algumas pessoas que junto a mim estavam e que também muito de perto estão a viver esta malvada doença.
Foi mais uma das tardes em que muito gostaria de vos ter comigo para poderem usufruir destes tão bons momentos e renovar forças para mais umas semanas.

terça-feira, outubro 05, 2010

Ovar em 100 anos de República

Praça da República

Chafariz do Neptuno

Ponte sobre o rio Caster

Rua Elias Garcia

Avenida Central no Furadouro

Palheiros na praia do Furadouro
A primeira República distinguiu 14 vilas e cidades pelo “heroísmo, civismo e amor que manifestaram em sustentar a integridade das instituições republicanas“, quando estas “correram o perigo de ser subvertidas“.

Alcobaça, Aveiro, Bragança, Caldas da Rainha, Chaves, Coimbra, Covilhã, Elvas, Évora, Lisboa, Mirandela, Ovar, Porto e Santarém (hoje, todas com o estatuto de cidade) são as localidades que, entre 1919 e 1930, foram agraciadas, por aqueles motivos, como sublinham os decretos, para o efeito, então publicados.
A distinção, traduzida na atribuição da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, nos seus diferentes graus, fez com que o galardão passasse a figurar como insígnia destes concelhos, que também possuem o respectivo colar, que exibem apenas nalgumas cerimónias oficiais.O "heroísmo, civismo e amor" manifestados "em sustentar as instituições republicanas, quando estas correram o perigo de ser subvertidas pela acção proeminente que os monárquicos tinham dentro da República", explicavam a deliberação. Em 03 de Junho de 1920, um novo diploma, assinado por António José de Almeida, reforçava o reconhecimento, por "intermédio do grau mais superior da mais alta condecoração nacional" (Grã-Cruz da Ordem de Torre e Espada), do papel de Lisboa na defesa da República.

Ovar estranhava, entretanto, o facto da sua "parte bem saliente na defesa da República" ter sido "esquecida ou ignorada", mas em 25 de Junho de 1919 era feita justiça à vila vareira, ao ser agraciada com o grau de Cavaleiro da Ordem de Torre e Espada. Só uma década mais tarde, a defesa da República, então já a viver sob ditadura, voltava a ser condecorada, sendo Elvas e Covilhã os últimos municípios a serem condecorados, em Fevereiro e em Outubro de 1930. Além de Amarante e Angra do Heroísmo, distinguidos por outros motivos, estes 14 municípios são os únicos do país galardoados com esta insígnia e com o direito, que mantém, de a usar nos respectivos brasões e bandeiras.

Este é apenas um pequeno de muitos relatos existentes sobre Ovar e a força que esta pequena terra teve quando da implantação da República. Longe de poder contribuir para o dia de hoje com algumas das fotos da época, deixo-vos um olhar por Ovar há 100 anos trás e que tenho o privilégio de ter a decorar as paredes do meu corredor.

Enquanto houver estrada para andar, não vou parar...

 «Em Abril de 2006, foi-me detetado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a ...