Se me é
permitido opinar, em matéria que me é familiar, muito tenho a dizer depois dos
comentários que li no blogue de uma Grandalhona, que nada tem de derrotista nem
de não lutadora. Talvez até fosse mais correto comentar no espaço que lhe
pertence, mas na realidade o que quero mesmo é que todos saibam, que ELA não é
de baixar os braços e não são comentários, como os que li sem identificação, e
que sou contra, a vão fazer desistir.
Somos mulheres,
a quem um dia, o céu caiu em cima como se de uma trovoada incontrolável se
tratasse e o pior do mundo não tivesse solução. Vivemos um dia de cada vez,
sempre como uma roleta russa, mas não desistimos nunca de o fazer. Não pertencemos
a ceitas, instituições ou coisas parecidas, apenas tivemos e temos cancro da
mama, ou de outra coisa qualquer por consequência de um outro, ou porque sim.
Não baixamos
os braços, não dizemos não à vida, lutamos e queremos viver e ver os nossos
filhos crescer, independentemente do que possa existir para lá da vida. Todas sabemos
que não vamos viver eternamente, mas queremos prolongar a nossa estada por aqui.
Não é fácil para ninguém, mas mais difícil será se nos entregarmos sem luta.
Eu tive
cancro de mama e não me era nada favorável o prognóstico até terminar os
tratamentos mais agressivos e não foi por isso que baixei os braços, muito pelo
contrário. As sequelas ficam, isso não podemos negar, mas muita coisa boa nos
trouxe e muitas amigas e partilhas se conquistaram. Os blogues e os grupos que
se foram criando são a prova evidente da força que conseguimos transmitir e o
apoio incondicional e sem interesses.
Grandalhona,
gostei do que li no teu último poste. Claro que não vais DESISTIR nunca, porque
somos muitas a dar nessa carola.
Ao ANÓNIMO, deixo o desafio de acreditar em quem pode
e quer fazer com que consigamos continuar vivas. Viver é bom, mas temos de ter
VONTADE DE VIVER
1 comentário:
Obrigada, Cinda. Posso às vezes andar mais em baixo ou faltar-me a fé para grandes sonhos, mas nunca desistirei de lutar. Farei, aliás, dessa luta o maior legado que pretendo deixar à minha filha: a certeza que ela saberá que a mãe fez tudo e mais alguma coisa por mais um minuto a seu lado.
Beijinhos, Cinda e, mais uma vez, obrigada por este carinho.
TP
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