sexta-feira, abril 11, 2014

O céu ganhou uma estrela

Bom dia Rquelinha.
Ontem partiste para o teu lugar secreto. Partiste para o mundo que sempre defendeste e te entregaste, com muita paixão, alegria e carinho. Não foi justa a tua partida, porque ainda tinhas muito para dar e deixas-te ainda muito por fazer. Não quiseste nunca dar trabalho a ninguém, escondeste sempre as tuas dores e estiveste sempre presente nos momentos mais difíceis, de quem precisava de ti. A prioridade foi sempre os filhos e os netos. Foste uma mãe sem igual. Uma “escrava” da família, o pilar para segurar, quando tudo parecia desmoronar.  A tua voz e o sorriso inconfundível, deixam saudade a quem te ouvia onde te deste.  O coro da igreja, o Orfeão de Ovar, que sempre tão bem representaste.  O teu ar elegante e meigo que nunca passou despercebido, até os mais novos, a geração dos putos te admirava. “ D. Raquel tu “, que te chamava com uma voz meiga do alta da varanda, para ver o Kiko e mostrar as bonecas.  Porque me ouviste quando precisava de falar e porque tanta era a cumplicidade que partilhávamos.
Lutaste até ao último minuto para que a tua partida não fosse neste dia, tenho a certeza, mas o teu coração não deixou.
Tanto tenho para escrever, mas as lágrimas não deixam ver as letras. Sinto-me revoltada com a tua partida, não é justo que o maldito “CANCRO” te tenha levado.
Vou recordar sempre este teu sorriso e este olhar meigo e sofrido, as tuas rimas e os conselhos que sempre ouvi. Obrigada” D. Raquel” e não é uma despedida, mas um até já.

Enquanto houver estrada para andar, não vou parar...

 «Em Abril de 2006, foi-me detetado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a ...