Hoje o dia começou bem pela manhã, ainda quase o sol não
tinha nascido. A preocupação da filhota acordar, faz com que o sono matinal
seja leve e sobressaltado. Mas também muito de diferente aconteceu. Comecei com
a ida ao Centro de Saúde, marcar a consulta para a “R” e deparei-me com uma
manifestação à porta do hospital, contra o seu encerramento. Mais uma visita ao
S. Sebastião, para levar o “J” a tomar soro e a fazer uma consulta
extraordinária, porque a quimioterapia o está a deixar muito fraco e a dar
origem a quedas que se podem tornar graves. Pois lá fez a análises e como de
esperar, a anemia voltou porque o apetite não é nenhum e teve de ficar cerca de
três horas a levar soro, para o alimentar e hidratar.
Entretanto, encontrei
o “M”, a quem numa das últimas consultas, dei a indicação do que havia de fazer
para ter os seus direitos e poder ficar com uma vida mais folgada, porque a
doença não lhe permite trabalhar. Já foi tratar de tudo e até já vai ter o
resto da casa paga, porque o seguro assim o permite. Acreditem que fiquei
deveras satisfeita.
Enquanto falava com uma amiga, a “I” para saber do estado de
saúde do seu pai, as notícias não foram nada animadoras. Cancro cólon rectal.
Que se pode dizer, a quem por tanto já passou!!!! Vamos acelerar todo o
processo o mais rápido possível e levantar bem a cabeça, para poder transmitir
força e o ajudar.
Como ainda não era suficiente para acabar a tarde, passa por
mim a “R” que teve cancro de mama quase ao mesmo tempo que eu, para fazer o
tratamento de quimioterapia, desta feita ao cancro do colem rectal. Fui até à
sala de tratamento para conversar um bocadinho enquanto esperava pelo “J” e
deixei os meus contactos para que possa conversar e levantar o astral, quando
estiver menos bem. Com tudo isto, chegaram as quatro horas e eu almocei uma
banana e quatro bolachas que me souberam pela vida e foram o suficiente para me
matarem a fome.
Fui à farmácia buscar os suplementos do “J” e lá fomos às
compras para os próximos dias, para que a “A” não tenha que o fazer a pé e
carregar com os sacos. Já na reta final da tarde, ao tirar a saca do banco de
trás do carro, a bota ficou presa no passeio e mandei um grande trambolhão. Meu
rico rabiosque que ficou todo pisado e a mão um bocadito esfolado, para não
estragar a minha mamoca.
Por hoje acho que já chega, para acabar o dia e o mês de
Abril em grande!!!! Amanhã é o dia do trabalhador, mas estou seriamente a
pensar ficar na malandrice, depois desta azáfama de hoje.
Para todas/os um dia de feriado descansado e sempre com
muita força, porque é muito bom estar vivo.
ps: a Ana Paula, já está com todo o processo no hospital e
vai a consulta de grupo na próxima quinta-feira, para se decidir qual o
protocolo a aplicar. Quando souber, dou notícias.