sexta-feira, maio 08, 2020

Nada vai ser igual...

Estes dias de confinamento não foram os mais saudáveis para a minha saúde mental, mas ajudaram a ver o mundo que me rodeia, com mais calma e a poder conhecer melhor a realidade. Para mim estar confinada a quatro paredes já não é novidade, foram muitas vezes, durante os tratamentos que isso aconteceu. Dias houve que nem da cama conseguia sair! Mas, nos dias seguintes havia a liberdade de vir à rua e ver os amigos, sentir os abraços e os beijos, o calor de quem nos quer bem. Hoje, sair de casa mete-me muito medo. Só o faço por necessidade e obrigação. 
Com toda esta pandemia, sinto-me aterrorizada e apesar de me proteger, nem para as pessoas quase quero olhar! O distanciamento físico que deve ser feito, esta efetivamente tornar-se um distanciamento social e afetivo. As noticias já me cansam de ser sempre as mesmas, os temas se alteram, são só desgraças e as taxas de suicídio e de pobreza aumentam desmesuradamente. Nas redes sociais as pessoas insultam-se por tudo e por nada, quando no inicio, todos nós pesámos que isto tudo iria fazer com que nos tornássemos mais sensíveis e humanos, quando são os mais pobres e  necessitados que se prontificam para colaborar. Este inimigo invisível, que veio alterar toda a nossa vida, ainda está muito forte e difícil de combater, mas as pessoas parecem que veem tudo ainda com muita ligeireza e a ociosidade de liberdade, é maior que o mal do vírus na sociedade!
Nada vai ser igual no futuro e ainda não tomaram consciência exata disso mesmo. A nossa liberdade não terminou, mas alguém a controlou e para vivermos, temos de o fazer com mais regras e mais respeito por nós e pelo próximo.

Enquanto houver estrada para andar, não vou parar...

 «Em Abril de 2006, foi-me detetado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a ...