Nem
sempre a vida nos sorri, é verdade.
Quantas e quantas vezes, ela acorda
tristonha e assim permanece?
Quantas e quantas vezes, nos aborrecemos
por ver que a vida não anda, nem desanda, e não muda aquela cara triste
que insiste em manter?
Quantas e quantas vezes não dizemos “ Raios
partam a minha vida”, e damos um pontapé zangado no primeiro objecto que
nos aparece?
E quando paralelamente à vida que acorda tristonha, também
nós acordamos com um humor daqueles, em que refilamos com tudo e todos,
não sorrimos para ninguém, pomo-nos carrancudos e com cara de que toda a
gente nos deve e ninguém nos paga.
Fechamos as portas do nosso mundo, e
enclausuramo-nos envoltos numa infelicidade muitas vezes inexplicável e
sem qualquer fundamento para existir. Já não é só a vida que está
cinzenta, também nós estamos cinzentos. E cinzento com cinzento dá um
cinzento mais escuro. Não pode ser! Porque se paralelamente à vida que
acorda tristonha, se nós acordarmos felizes e sorridentes, cheios de
força e energia para lutar contra este mundo e o outro, e se
enfrentarmos os problemas com optimismo, a vida vai ficar cheia de
inveja por nós estarmos coloridos, e muda logo de cara. Ponho o maior sorriso que tenho, visto de verde, amarelo, ajul e vermelho. Saio para a rua e soprrio para a vida.