segunda-feira, dezembro 26, 2022

Enquanto houver estrada para andar, não vou parar...





 «Em Abril de 2006, foi-me detetado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a minha filha. Chorei naquele momento, mas ao fim do dia disse os resultados do exame, e ela respondeu-me: hoje não se morre disso, já há remedio para tudo. Operas, tiras a mama, compras uma nova e ficas que nem uma menina de 20 anos. A minha filha tinha 13 anos nessa altura. Foi a minha maior força para vencer o bicho e manter-me viva e cada vez com mais força. Só estou a escrever estas palavras para que todas as mulheres, a quem possa ter acontecido o que me aconteceu, tenham força, porque a vida é muito bonita e somos muito mais fortes do que o bicho mau.»

Foi este pequeno texto que há 15 anos, no dia 26 de Dezembro de 2007 deu origem ao blogue que tantas histórias e vivencias, deu origem a amizades para a vida, ajudou mulheres que viviam momentos menos bons nas suas lutas contra o inimigo, foi a catarse de um emaranhado de dúvidas sobre o cancro.

Hoje, dois anos e meio sem nada escrever neste espaço, talvez seja a altura de voltar a contar o que nunca queria que viesse a acontecer!

Maio de 2021 o tumor original recidivou, metastisado nos ossos. O mundo voltou a desabar e já lá vão 18 meses de quimioterapia sem o desgraçado arredar pé! Também não passa de onde está, mas não adormece de vez, andando a subir e a descer os marcadores, como quem joga às escondidas! 

Dia 28 vamos a mais uma dose de veneno para o bicho e a seguir mais uma fotografia de corpo inteiro PET


sexta-feira, maio 08, 2020

Nada vai ser igual...

Estes dias de confinamento não foram os mais saudáveis para a minha saúde mental, mas ajudaram a ver o mundo que me rodeia, com mais calma e a poder conhecer melhor a realidade. Para mim estar confinada a quatro paredes já não é novidade, foram muitas vezes, durante os tratamentos que isso aconteceu. Dias houve que nem da cama conseguia sair! Mas, nos dias seguintes havia a liberdade de vir à rua e ver os amigos, sentir os abraços e os beijos, o calor de quem nos quer bem. Hoje, sair de casa mete-me muito medo. Só o faço por necessidade e obrigação. 
Com toda esta pandemia, sinto-me aterrorizada e apesar de me proteger, nem para as pessoas quase quero olhar! O distanciamento físico que deve ser feito, esta efetivamente tornar-se um distanciamento social e afetivo. As noticias já me cansam de ser sempre as mesmas, os temas se alteram, são só desgraças e as taxas de suicídio e de pobreza aumentam desmesuradamente. Nas redes sociais as pessoas insultam-se por tudo e por nada, quando no inicio, todos nós pesámos que isto tudo iria fazer com que nos tornássemos mais sensíveis e humanos, quando são os mais pobres e  necessitados que se prontificam para colaborar. Este inimigo invisível, que veio alterar toda a nossa vida, ainda está muito forte e difícil de combater, mas as pessoas parecem que veem tudo ainda com muita ligeireza e a ociosidade de liberdade, é maior que o mal do vírus na sociedade!
Nada vai ser igual no futuro e ainda não tomaram consciência exata disso mesmo. A nossa liberdade não terminou, mas alguém a controlou e para vivermos, temos de o fazer com mais regras e mais respeito por nós e pelo próximo.

terça-feira, dezembro 31, 2019

Balancear

  1. Voltar ao blogue não foi fácil! Foram várias as tentativas e até cheguei mesmo a pensar em encerrar. 
  2. O ano que hoje acaba foi menos agradável a muitos níveis. Muitas perdas de amigos e conhecidos, que o cancro vitimou. A saúde foi tramada e também não ajudou nada a superar os estados de espirito menos agradáveis. A minha inseparável Amiga de quatro patas partiu em Agosto, com quinze anos e meio, deixando o vazio na casa e na alma. Os pais vão envelhecendo e a vida vai sendo cada vez mais lenta e muito se põe em causa. É tramado.
  3. Mas há que ter esperança, porque a vida continua. A filha está bem, a realizar o seu trabalho e a ser reconhecida. A casa voltou a ganhar vida com a vinda da Lua, a nova amiga canídea e as escolhas para 2020, penso que serão as mais acertadas para que me possa sentir melhor . 
  4. Há que acreditar num Mundo melhor e fazer as escolhas certas, nas horas certas, com as pessoas certas, não deixar nada por dizer bom ou mau, ser honesto e principalmente sincero. 
  5. Por aqui vou continuar sempre com muita Vontade de Viver.

terça-feira, abril 09, 2019

Amores de quatro patas

Já é de madrugada. O sono não se faz aparecer, porque a preocupação é demasiada e os sentimentos misturam-se com a dor de ver sofrer a minha amiga incondicional.
São 15 anos de muita meiguice, cumplicidade e fidelidade, que só um ser como este consegue ter.
Tudo o que possa fazer para minimizar o que possa vir a sofrer, não sei se é o suficiente e também não sei se é isso que ela quer. Tento acalma-la para que a tosse e a respiração seja mais leve, mas em simultâneo lambe me as mãos, com muito carinho, pedindo proteção.
Não têm sido fáceis estes últimos meses, mas os últimos dias estão a ser demasiado violentos para ambas. Neste momento não sei o que será melhor ...as lagrimas escorrem me na cara, tentando aliviar a dor que vai no coração.

quinta-feira, novembro 01, 2018

Bora lá ser feliz...


Olá  Novembro.
Foram muitas as vezes que tentei voltar à escrita neste espaço que me ajudou a superar as minhas mágoas e desventuras ao longo dos últimos 12 anos. Foram momentos bons e menos bons, mas sempre ultrapassados com mais ou menos facilidade, mas que me deram estopa para estar de bem com a vida e voltar à escrita, com outros temas e mais variados. Não vai mudar de nome este blogue, até porque não faria sentido, uma vez que a Vontade de Viver é cada vez maior e com mais intensidade. Vem com outras vivencias e outras pessoas que já faziam parte da minha vida, assim como entraram posteriormente e foram muito bem vindas. 
As mudanças vão surgindo lentamente, à medida que os textos forem evoluindo. 
Conto com os vossos comentários e acreditem que podemos ser felizes.

terça-feira, setembro 18, 2018

Eu vou-te vencer, porque sou muito mais forte do que tu.

Em Abril, quando do ultimo poste, prometi que voltaria a escrever mais frequentemente, dando noticias minhas e das novidades que fossem acontecendo. Muito para fazer e a disposição não era assim tanta, para noticias que na realidade nada mais eram que simples fotos e fantasias.
Pois bem. Os exames do "magarefe" deram todos negativos, isso é que importa, mas as sequelas andam a dar que fazer! O esqueleto está a ficar fraquito, resolveu começar a virar pó, não há cola que o valha, daí muito cuidado e nada de avarias. As entranhas, um bocadito mais estragadas, mas nada que não se esperasse dos "xutos" levados. Mais uns drunfos e a coisa fica resolvida para amenizar esta ou aquela dor e quando o tempo arrefecer, volto ao hotel para mais uma estadia e ficar com umas pernocas ainda mais esbeltas, já que os meus "papagaios" são intocáveis porque estão a bicar a medula. A mama vai ter que voltar à recauchutagem, para fazer o acabamento final, agora que o organismo não rejeitou a segunda prótese.  Já lá vão doze anos e cumpri o que prometi. Para quem agora está nesta luta, há que acreditar e ter força. Nunca desistir, nunca baixar os braços e acreditar sempre, questionar, e procurar sempre. Sempre, mas sempre, eu consigo eu sou capaz.




quarta-feira, abril 11, 2018

Aprender a ser feliz. . .



Com o tempo aprendemos que para ser feliz com outra pessoa, é preciso em primeiro lugar, não precisar dela.
Amor não é envolver se com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encara a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando as suas qualidades, mas sabendo também os seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforma no melhor que podemos ser.
O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até nós.

Enquanto houver estrada para andar, não vou parar...

 «Em Abril de 2006, foi-me detetado um cancro na mama, quando soube fiquei em choque, mas no mesmo momento pensei que mais importante era a ...