Ontem foi dia de Reis, último de uma época festiva que na
minha cidade se vive intensamente.
Mais uma vez, fui ver cantar os Reis. Este ano, o local foi
diferente e o sabor não foi tão intenso como habitualmente. Pelo Salão Nobre,
dos Paços do Concelho, passaram todas as trupes, num total de 16 (dezasseis),
compostas por homens e mulheres de várias idades, estratos sociais, formação e
tudo o mais que queiramos para fazer distinção, mas que são apenas Reiseiros,
com uma grande boa vontade e carolice, se aventuram a andar pelas ruas, nestas
noites frias e chuvosas de inverno.
De há uns anos a esta parte, o meu pouso para os ouvir
cantar, tem sido o velhinho Café Ideal, onde o carinho e a carolice dos
espetadores, dão um sabor muito especial a quem por ali passa, sempre com um
sorriso nos lábios e uma vontade grande de partilhar as suas músicas, com uma
tradição secular. Este ano, troquei o café pelo Salão Nobre, mais impessoal mas
não menos agradável, porque as companhias que se agruparam foram muito boas.
Gostei de todos no geral, mas mais de alguns em particular.
Por muito que queiramos, temos sempre os nossos favoritos, por isto ou por
aquilo, ou até porque os amigos mais chegados neles participam. Foram quase
cinco horas de cantares que me aliciaram os ouvidos e me confortaram a alma.
Parabéns a todos por não deixarem morrer esta tradição única na cidade de Ovar
e por a terem levado a outras cidades deste País.
Ovar, cidade museu do azulejo, também será reconhecida um
dia quem sabe, com a sua secular tradição Reiseira!
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